A história do Havanês confunde-se com a história dos outros Bichons. Este tipo de cães surgiu na bacia do Mediterrâneo há mais de 2 mil anos. Eram conhecidos na Era Romana e registo dos “pequenos cães brancos da antiguidade” são frequentes. Mais difícil é destrinçar a história individual de cada Bichon. Ao longo dos séculos, os Bichons dividiram-se em várias raças em diferentes regiões. É incerta a forma como o Havanês chegou a Cuba e aí se desenvolveu.
Há algumas teorias sobre isso. Uma defende que o Havanês descende do Bichon Bolonhês. Um destes exemplares terá sido levado por barco até Cuba por capitães italianos. Fiorenzo Fiorone, autor do livro “308 Raças Reconhecidas” escreveu que o Bolonhês foi levado até à Argentina, onde foi cruzado com o Caniche Sul-Americano, o que resultou num novo membro da família Bichon.
Dechambre tem outra teoria: não seria o Bolonhês, mas o Maltês que deu dado origem ao Havanês. Defende que foram os Espanhóis a trazer o Havanês para as Índias Ocidentais onde ficou conhecido como “Cão Sedoso de Havana”. Ainda na “Enciclopédia dos Cães” Jones e Hamilton escreveram que o Havanês teve origem na bacia Mediterrânea e que foi levado pelos Espanhóis para Cuba. A versão oficial de Cuba e a que está no estalão é a de foram os italianos a levar a raça até Cuba. Os cães eram dados como prenda a Cubanos influentes para puderem ter vantagens comerciais.
O Havanês mais antigo do qual há registro remonta à altura da colonização Espanhola de Cuba, nos séculos XVI e XVII, segundo Zoila Portuendo, fundadora do clube na raça em Cuba. O cão chamado “Blankito” terá sido produto do desenvolvimento da raça na ilha a partir de cães trazidos de Espanha por colonizadores, mercadores e piratas. Foi mais tarde este tipo de cão que os espanhóis levaram quando regressam à pátria. Muitos cubanos referiam-se aos cães como “Malteses”, mas eram apelidados de “Cubanos brancos” pelos Ingleses e mais tarde de “Cão Sedoso de Havana” pelos Europeus.
No século XIX, muitos europeus instalaram-se em Cuba, levando com eles os seus pequenos cães de colo. Pensa-se que muitos deles seriam Caniches de várias cores, provenientes da Bélgica, França e Alemanha. Ao serem cruzados com os cães da linha de “Blankito”, deram origem a um novo tipo de cão. Este segundo tipo de cão era maior e tinha pelagem de várias cores. É esta raça que Portanto a que refere ser o Havanês dos nossos tempos. Independente da história do Havanês, certo é a sua popularidade. A raça era mantida pelos ricos e poderosos de Cuba. O Havanês era criado, mas não era vendido. Era uma prenda muito cobiçada que era oferecida a amigos ou como forma de agradecimento por favores especiais.
A virada do século significou uma mudança política profunda em Cuba. O domínio da Espanha sobre Cuba terminou e os Norte-Americanos passaram a controlar a ilha. Nas décadas seguintes Cuba iria passar por grandes transformações políticas: desde a participação na I Guerra Mundial à Revolução Comunista. Grande parte das famílias ricas fugiu de Cuba nesta altura de turbulência política, esperando regressar quando o ambiente político acalmasse. A grande maioria dos cães foi deixada sob cuidado de empregados. Alguns conseguiram com bastante dificuldade levar os cães para os Estados Unidos da América por meios ilícitos.
A extinção do Havanês foi impedida pela família Goddale que em 1974 descobriu a raça. Contatou várias famílias cubanas que se tinham refugiado nos EUA para comprar os cães e reconstruir a raça. Foi a partir de 12 cães e 4 linhas de sangue que a raça foi restaurada.
Em 1979 foi fundado no país o clube da raça. A década de 90 do século XX foi de mudança para raça. Foi reconhecida oficialmente pelo UKC e foi estabelecido o Bichon Habareno Club em Cuba. Este lançou uma investigação para estudar os cães indígenas na ilha e como resultado foi criado um programa de criação com 15 animais.
Hoje em dia o Havanês é uma raça bem estabelecida. É bastante popular como cão de companhia. Nas últimas décadas tem sido a raça que mais tem crescido nos Estados Unidos da América. Está no top 30 das raças mais populares no país.
O Havanês é um cão muito afetuoso, de natureza feliz, amigável, encantador, brincalhão e com tendência para ser o bobo da festa.
O Bichon Havanês é um cão inteligente e fácil de ser treinado. A maioria dos problemas de comportamentos de raças pequenas podem ser atribuídos a seus donos, já que na maioria das vezes permitem tudo a eles enquanto ainda são jovens, mas é bom lembrar que o treinamento deve ser iniciado desde cedo porque os maus hábitos ganhos permanecem durante a idade adulta.
Os Bichons Havaneses são cães sociáveis, mas convém iniciar um trabalho de socialização desde cedo. São cães muito apegados ao dono, muitos desenvolvem ansiedade de separação. Por causa de seu apego o Havanês, não é uma raça indicada para quem trabalha fora e tem de deixar o cão muitas horas sozinho por dia.
De todos os Bichons, o Havanês é que melhor interage com crianças, porém em função de seu porte recomenda-se sempre a supervisão de um adulto para que numa brincadeira mais atabalhoada, nem o cão nem uma criança saia macucado.
Os Havaneses são desconfiados com estranhos, para quem latem sem cerimonia. O que os trona excelentes cães de alarme, mas em contrapartida não são indicados para quem prefere animais mais silenciosos, recomenda-se que seja treinado desde cedo para que não se torne um latidor..
São cães talhados para vida no interior da casa, não sendo recomendado que sejam mantidos no exterior.
O Bichon Havanês geralmente goza de boa saúde e desde que vacinado e vermifugado corretamente pode vier entre 14 e 16 anos, porém existem alguns problemas comuns para raça sendo que os mais frequentes são:
Displasia de Retina;
Catarata;
Condrodisplasia - Esta é uma doença genética que é comumente classificada erroneamente como "nanismo". Os cães afetados têm membros anormalmente curtos para a raça. Isto pode variar em gravidade de quase normal para incapacitante. Em casos menos graves, os cães podem viver uma vida plena e saudável, mas qualquer cão com esta desordem não deve ser utilizado como reprodutor recomenda-se a castração, a fim de evitar-se que o gene defeituoso seja passado para seus descendentes perpetuando assim a doença;
Luxação da patela - luxação da patela é um problema comum em cães de pequeno porte. Ela é causada quando o fêmur (osso da coxa), patela (rótula), e da tíbia (panturrilha) - não estão devidamente alinhados. Isso causa a claudicação ou uma marcha anormal. O tratamento para a luxação da patela é geralmente a cirurgia;
Chiado Cardíaco - (no inglês “Heart Murmur”) Uma perturbação no fluxo de sangue é a causa de sopros cardíacos. Existem cinco tipos de sopros cardíacos, sopros cardíacos são um indicador da doença; tratamento é necessário, o que pode incluir medicação, dieta especial, e restrições de exercício;
Insuficiência da Válvula Mitral - A insuficiência mitral é mais comumente visto em cães mais velhos quando a válvula mitral, que é encontrado entre o átrio esquerdo e do ventrículo, começa a falhar. Quando isso acontece, a válvula mitral não impedir o fluxo de sangue para dentro do átrio esquerdo. Isto pode causar insuficiência cardíaca. Os sintomas incluem a hipertensão, líquido nos pulmões, e uma diminuição na força do músculo do coração. O tratamento inclui medicação, mudança de dieta, exercício e restrições.
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