História da Raça
O Cane Corso é uma raça que acompanhou a história italiana. Existem estudos que mostram que em 1137 os italianos já utilizavam esses cães em suas batalhas militares. Acredita-se que seus ancestrais, os Molossos de Epiro, tenham vivido na época do Império Romano e da Idade Média. Nestes tempos, a vida era dura para os homens, a miséria e a pobreza reinavam.
O sucesso e a sobrevivência da raça dependia exclusivamente da sua habilidade de trabalhar nas propriedades rurais do sul da Itália, já que a opção de criar e manter um cão era puramente econômica. Os Canes caçavam grandes animais como o javali, protegiam a agricultura, o rebanho, a casa e a família dos italianos. De natureza agressiva, o Cane Corso alcançava seus objetivos sem hesitação e com uma surpreendente força. Devido à essa característica, eles eram usados também em guerras e em rinhas nos Circos contra feras e gladiadores.
O Cane Corso é um antiquíssimo molosso italiano, descendente direto do 'canis pugnax' romano, ou seja, sua história retrocede a mais de 2000 anos. Mesmo excluindo a priori que o nome indique a origem geográfica da raça, a etimologia da expressão 'corso' é controversa. Alguns afirmam que a palavra venha do latim 'cohors' que significa protetor, guarda (por exemplo 'praetoria cohors' é a guarda do corpo do general e ainda hoje no vaticano existe a Cohors Elvetica, ou guarda suiça).
É muito interessante também a hipótese que indica a raiz de Corso na palavra gregaKortòs, que indica o quintal, o recinto e da qual deriva a palavra cohors, que indicaria portanto o cão colocado como guarda do recinto. Esta hipótese, se verdadeira, nos leva à Magna Grecia (região que compreendia o sul da Itália, sob o império grego) e à sugestiva origem oriental dos molossos.
Outros buscam a origem de 'Corso' em uma antiga expressão céltico-provençal que indicava força, potência. Esta última hipótese é igualmente plausível, visto que ainda hoje se encontra em algumas palavras como 'corsiero' (cavalo robusto de batalha usado na idade média), no inglês 'coarse' (rústico) e finalmente em alguns dialetos do sul da Itália onde 'Corso' ou 'Còrs' significa robusto ou altivo. Permanece o fato que, desde que começou a se estabelecer a lingua italiana, o molosso sempre foi chamado de Corso. Expressão mais adequada dificilmente poderia ser criada para descrever este cão, mistura de potência e distinção.
A modernização da agricultura e a aparição das armas de fogo e conseqüentemente novas maneiras de caçar, fizeram com que o uso tradicional da raça diminuísse. Após a Segunda Guerra Mundial, notou-se uma grande queda na criação da raça. Em 1970 a raça estava em perigo de extinção; só existiam apenas alguns exemplares e ela já não era mais considerada nos círculos de competição e shows caninos. Porém este quadro mudou graças à ajuda de um amante da raça, o pesquisador de tradições rurais italianas, Dr. Breber. Em 1976 este italiano escreveu para a revista do Kennel Clube Italiano alertando a sociedade e cinófilos do perigo da extinção de tão tradicional raça.
Com este apelo, outros amantes da raça se sensibilizaram e formaram a Società Amatori Cane Corso (S.A.C.C.) em 1983 para propagar a raça perante o público mundial e os juízes de campeonatos. Como o interesse maior era no temperamento do cão, os criadores acabaram formando um plantel italiano com diferentes características físicas. Para englobar todos esses cães como Cane Corso "legítimo", em 1987, o primeiro padrão oficial da raça foi publicado pelo Kennel Clube Italiano.
Em 1996 houve-se uma grande mudança. A criação italiana alcançou uma homogeneidade desejada e a raça foi reconhecida internacionalmente pela Federation Cinelogique International (FCI). Para o padrão da FCI foi-se escolhido as características dos cães italianos, agora homogênios, deixando de fora, as características dos cães americanos. Em 1999, o Kennel Clube Italiano destituiu a Società Amatori Cane Corso como o clube oficial da raça e alguns entusiastas fundaram a Associação Italiana Cane Corso. Nos Estados Unidos, os Canes ainda não são reconhecidos pelo American Kennel Clube, mas seu clube oficial, o International Cane Corso Federation (ICCF) registra cães no padrão americano. Com essas duas distintas linhagens de padrão, este tão tradicional cão italiano poderá ser agora melhor controlado e livre do perigo da extinção.
O Cane Corso é extremamente leal aos donos e está sempre pronto para defender sua família e propriedade.
O temperamento equilibrado e inteligente é sua principal qualidade que os criadores procuram manter. O Cane Corso é muito afetivo com os seus donos e extremamente adestrável, aprendendo com muita facilidade dos comandos básicos de adestramento.
É um cão de defesa, fato que permite que o Cane Corso conviva intimamente com a família. É extremamente atento a qualquer movimentação estranha e dificilmente é pego "de surpresa", além de ser bastante corajoso para enfrentar quaisquer perigos. Tem por habito fazer rondas sistemáticas em seu território, sendo considerado um cão bastante ativo em termos de funcionalidade.
Necessita de um dono experiente capaz de lhe dar a educação e socialização, essenciais para o seu desenvolvimento equilibrado. O grau de dificuldade do treino é baixo, mas esta raça tende a ser dominante.
Apesar de serem pouco vocais, são bons cães de alerta, não é um cão recomendado para apartamentos, mas pode se adaptar desde que o dono o leve para caminhadas diárias e drene sua energia com muito exercício e brincadeiras, é bom também tomar cuidado com o piso da área onde o cão irá ficar evitando-se pisos lisos e escorregadios que podem comprometer suas articulações, músculos e ossos com lesões.
O Cane Corso Italiano tem uma esperança média de vida não muito longa, entre os 10 e os 12 anos, e como a grande maioria das raças grandes, tem tendência a apresentar alguns problemas de saúde característicos as raças de grande porte:
Displasia coxofemoral e de cotovelo. Procure sempre adquirir filhotes cujos pais tenham sido examinados aprovados pelas radiografias. A displasia só pode ser diagnosticada com certeza quando filhote tem mais de 12 meses através de raios-x.
Torção gástrica – pode-se evitar esse problema dividindo a porção total de ração, evitando dar toda a comida de uma única vez.
Epilepsia
Entrópio – quando a pele que encobre parte da vista. Essa característica costuma aparecer a partir dos três meses de vida, deixando os olhos irritados e vermelhos, com lacrimejamento excessivo. A correção é cirúrgica.
Atrofia ou Displasia da Retina, uma degeneração das células da retina.