História da Raça
O Bloodhound é a mais antiga entre os cães farejadores, segundo alguns historiadores ingleses, há registros de cães parecidos com os atuais bloodhounds - grandes, com excelente faro e pelagem solta, desde o ano de 1300 na Grã Bretanha, e até antes disso, na época da invasão romana. É certo, no entanto, que estes registros não são confiáveis ao ponto de se afirmar que se tratavam dos mesmos cães. Talvez se trate apenas de cães com o mesmo ancestral do bloodhound.
Já os franceses e belgas, atribuem à origem da raça - chamada na França de Cães de Saint-Hubert, ao trabalho dos monges do Mosteiro de St-Hubert que criavam seus cães com o objetivo de oferecer ao rei, anualmente, os melhores caçadores. Esta tradição durou até 1789 e consolidou a fama do Blodhound ou Chien du St Hubert, como um excelente rastreador, orgulho das matilhas reais.
Na versão inglesa da história da raça, a presença dos monges de St Hubert é citada como tendo desenvolvido seus cães a partir de cães ingleses, mas preservado suas qualidades originais e, a partir do século XVII os ingleses, que teriam acasalado indiscriminadamente seus cães durante muito tempo, encontraram nos cães franceses a possibilidade de recuperar a origem da raça. A disputa sobre a origem da raça existe até os dias atuais, uma vez que, quando a FCI - Entidade Internacional que regula a criação de cães de raça pura reconheceu o Bloodhound, atribuiu a origem da raça à Bélgica e o nome oficial da raça é Chien de St-Hubert.
O Bloodhound foi desenvolvido primariamente para ser um cão rastreador, e era utilizado pelos caçadores na caça de grandes animais de pelo, como cervos. Os monges, aproveitando seu excepcional faro, deram início à sua utilização como cão de rastreamento para a procura de peregrinos que se perdiam nos bosques. Graças à essa qualidade, os Bloodhounds, que perderam espaço com os caçadores por sua lentidão, ganharam uma nova função junto às polícias e corpo de bombeiros de diversos países, incluindo França, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. A tenacidade com que o Bloodhound é capaz de seguir um rastro rendeu-lhe a fama de ter o melhor faro do mundo, qualidade comprovada por inúmeras histórias em que cães da raça foram capazes de seguir um determinado rastro por mais de 10 dias. Para manter a tradição do excelente faro, é muito comum a realização de provas de faro por diversos clubes especializados da raça.
O Bloodhound foi, ainda, utilizado na formação de inúmeras raças caninas, onde, na maior parte das vezes, contribuía com o aguçamento do faro, como o Braco Alemão, além, naturalmente, de ter sido fundamental no desenvolvimento de outros cães farejadores, como o Beagle, o Basset Hound, o Fox Hound Inglês e Americano.