História da Raça
O Coton de Tulear foi desenvolvido como raça na Ilha de Madagascar em meados do século XVI e durante séculos foi cão de companhia bastante comum da nobreza de Tulear, sul de Madagascar.
Sua origem precisa é muito nebulosa, mas é certo que descenda de cães do tipo bichon que foram levados à ilha por mercadores e navegantes, e eram oferecidos como presentes às pessoas influentes do local.
A versão mais aceita de sua origem é de que os colonizadores europeus chegaram à ilha levando junto seus pequenos animais de companhia, que acabaram por se misturar com os cães locais. No século XVII, foi adotado pela família real e sua posse foi proibida a pessoas comuns, tornando-se exclusividade da nobreza.
Existe uma história conta que por volta de 1500 os navios franceses faziam longas e tediosas viagens para as Ilhas Oceânicas. Para não se sentirem entediadas e solitárias, as damas a bordo levavam consigo um cachorrinho branco e bastante espirituoso, o Tenerife (ou Bichon Frise, como é chamado hoje em dia). Além de fazer companhia para as damas, eles também ajudavam a manter os ratos e camundongos longe dos navios. Numa dessas viagens houve uma grande tempestade e um desses navios afundou perto de Madagascar. Não se sabe a bandeira do navio e nem seu nome. Acredita-se que todas as pessoas a bordo morreram, porém os cãozinhos conseguiram sobreviver, nadando até a cidade mais próxima, o porto de Tulear, que ficava na parte sudoeste da ilha. Quando chegaram nesta vila, esses cães sobreviveram e se tornaram selvagens, vivendo na mata e cruzando com outros cães, uns terriers que já viviam por lá (provavelmente trazidos por antigos colonizadores). O cruzamento deles originou uma nova raça: o Coton de Tulear. Como seu pelo era branco e fofinho, deu-se o nome de "coton", que em francês quer dizer algodão; e Tulear em homenagem a cidade de onde ele veio.
Séculos depois, a nobreza de Madagascar se apaixonou pela beleza e elegância do Coton. Os reis gostaram tanto do temperamento e inteligência do bichinho que fizeram uma lei que permitia apenas aos nobres de terem e criarem os Cotons de Tulear. Se um plebeu fosse encontrado criando um Coton, ele seria morto. Com essa lei, o Coton de Tulear virou o "Cão Real de Madagascar" e o "Cão Oficial de Madagascar" e já ganhou até selo em sua homenagem.
Apesar da antiguidade, o Coton foi primeiro redescoberto pela França, país onde até hoje, ele é mais difundido e onde é reconhecido nas ruas. Seu padrão inclusive situa o inicio da raça com sua chegada em solo francês em 1977.
Os primeiros exemplares a deixarem a ilha foram levados por um francês um pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que esse homem prestou serviço à família real de Madagascar e foi pago com Cotons. Em 1970, os colonizadores franceses pagaram muito dinheiro para comprar exemplares da raça e levá-los para Europa. Anos mais tarde a raça era reconhecida como pura e rara pelo Kennel Clube Francês. Infelizmente devido às crises econômicas e políticas de Madagascar, hoje em dia ele está em perigo de extinção em sua terra natal. Lá até hoje, a lei ainda restringe a criação dos Cotons aos mais ricos. No resto do mundo, o Coton de Tulear ainda custa caro e continua sendo bem raro de se encontrar.
Com a maior divulgação da raça fora dos limites da ilha, iniciou-se uma verdadeira corrida na qual os especuladores traziam qualquer cão da Ilha de Madagascar alegando que seriam os "verdadeiros Cotons", cães muitas vezes completamente fora do padrão da raça e que eram levados para a Europa em péssimas condições. A raça sofreu ainda com a postura pouco ética de alguns criadores que vendiam Malteses ou Bichons como sendo Cotons de Tulear.
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