História da Raça
No alto dos Alpes Suíços, perto da fronteira com a Itália, existe um hospital chamado Hospice du Grand St. Bernard. Este monastério é um dos mais altos e antigos postos humanos na Europa. Neste mesmo local os Romanos haviam construído um templo para Júpiter e no décimo século, Bernard of Menthon (depois canonizado com São Bernardo) construiu o hospital sob as antigas ruínas e dedicou a vida dele ajudando os peregrinos, pobres e necessitados, que viajavam nestas redondezas, rumando para Roma.
Os monges de São Bernardo continuaram trabalhando para ajudar viajantes e para salvar as vitimas das avalanches e dos invernos inclementes. Por volta de 1707, os monges, sobrecarregados com os trabalhos, tiveram a ideia de empregar cães na busca e salvamento das vítimas. Estes cães deveriam ser dotados de um faro excelente, grande senso de direção, pelagem pesada e resistente às baixas temperaturas e corpos fortes e musculosos. Inicialmente os monges tentaram usar uma espécie de "vira-latas", derivado de Mastiffs, mas em 1800 os monges já haviam estabelecido um canil com um programa próprio de criação, e passado a chamá-los de Mastiffs Alpinos.
Estes cães passaram a ser famosos mundialmente através das telas de um pintor de apenas 17 anos, chamado Edwin Landseer. Ë dele a famosa cena de São Bernardos socorrendo suas vítimas com um pequeno barril de conhaque atado ao seu pescoço. Na verdade estes cães nunca carregaram os pequenos barris. São muitas as lendas que cercam estes maravilhosos animais e seus resgates heroicos. Dizem que mais de 2.500 vidas foram salvas por estes cães que, segundo contam, usavam viajar em grupos e que quando uma vítima era encontrada, um São Bernardo deitava de cada lado da pessoa para mantê-la aquecida. Um terceiro animal punha-se a lamber a face, tentando reanima-la e um quarto animal retornava ao monastério para buscar ajuda. Um dos cães mais famosos, "Barry", salvou 40 pessoas e na sua 41 missão encontrou um fim trágico, quando a pessoa que ele estava tentando salvar matou-o num ataque de pânico. A partir daí, por volta de 1810, a raça passou a ser comumente denominada de Barry Hounds.
Nesta época eles eram de tamanho moderado e todos com pêlo curto, mas em 1830 e na década seguinte a população canina do monastério estava quase acabando, devido a acidentes, doenças, cruzamentos entre parentes e invernos terríveis. Foi então que os monges decidiram cruzar seus cães com outras raças para reconquistar o vigor e a saúde dos cães.
Dos cruzamentos com cães da raça Terra nova, eles ganharam o pêlo longo e o tamanho gigante e a forma que nós conhecemos nos São Bernardos de hoje. Logo os monges perceberam que os cães de pêlo longo tinham problemas com a neve que grudava em sua pelagem e então passaram a ficar com os cães de pêlo curto e mandar os outros para os vales da Suíça. Foi exatamente por isso que a raça se difundiu pelo mundo já que o monastério era muito isolado para que a raça pudesse ser apreciada por todos.