Só pode ter certeza que um cão não é displásico quem submetê-lo à radiografia após os 18 meses! Outros métodos, porém raramente utilizados, são a tomografia computadorizada e a ultrassonografia. No futuro será possível diagnosticar também por DNA.
Procure sempre veterinários especializados e credenciados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária.
Existem diversas categorias de displasia coxofemural, de acordo com a gravidade. Veja abaixo um quadro com estas categorias:
Categorias de Displasia Coxofemural |
HD - (Categoria A): animal sem displasia |
HD +/- (Categoria B): articulação quase normal |
HD + (Categoria C): displasia leve |
HD ++ (Categoria D): displasia moderada |
HD +++ (Categoria E): displasia severa |
Não existe uma cura para a Displasia Coxofemoral. Os tratamentos visam minimizar a dor, combatendo os sintomas dando uma melhor condição de vida para o animal.
Existem tratamentos conservadores para prevenir ou aliviar o processo inflamatório presente, como a utilização de anti-inflamatórios não esteroides para o controle da dor, condroprotetores, exercícios como fisioterapia e natação, homeopatia e acupuntura. Também podem ser associados precursores de proteoglicanos que são um importante constituinte da cartilagem hialina que forma a articulação. Recomenda-se a diminuição do peso do animal para reduzir o estresse mecânico sobre a articulação. Estes tratamentos são eficientes em muitos casos, mas dependendo da severidade, seus efeitos podem ser limitados.
As outras opções são cirúrgicas, sendo que o veterinário deverá avaliar se os benefícios destas se aplicam ao caso específico, principalmente levando-se em conta que a maioria das cirurgias ortopédicas é muito invasiva e elas podem deixar sequelas e complicações.
Há dois tipos de conduta cirúrgica, no tratamento de Displasia Coxofemoral: a cirurgia profilática (que visa diminuir a progressão da doença), e a cirurgia corretiva (que visa corrigir ou melhorar articulações que já estejam artríticas).
Cirurgias preventivas:
Sinfisiodese Púbica: um método utilizado em cães muito jovens (até 5 meses) para que a pélvis cresça de forma a criar uma articulação coxofemoral mais firme.
Osteotomia Pélvica Tripla (TPO): nesta cirurgia, três cortes são feitos para liberar o acetábulo do resto da bacia. Gira-se então o acetábulo, para que ele dê maior cobertura e coloca-se uma placa metálica para fixar o acetábulo nesta nova posição e permitir a cicatrização óssea. Este procedimento é muito eficiente se for feito antes do aparecimento de um grau de artrite significante.
Cirurgias corretivas:
Osteotomia da cabeça do fêmur: é uma opção para cães com alto grau de artrite. Neste procedimento, a cabeça do fêmur é removida, deixando o fêmur "flutuar livremente", levando à formação de um tecido cicatricial. Com o passar do tempo, este tecido cicatricial endurece e engrossa, criando uma pseudo-artrose, ou seja, uma "falsa" articulação.
Artroplastia completa da articulação: é a substituição total da bacia. Geralmente é feita em animais muito debilitados e pesando mais de 25 kg. Um novo acetábulo e uma nova cabeça de fêmur são implantados no cão, formando uma "nova" articulação coxofemoral. É uma cirurgia muito difícil de ser feita, em que o cirurgião tem que ser muito habilidoso e bem treinado.
Existem outros tipos de cirurgias, mas algumas são consideradas experimentais até que se tenham mais dados sobre seus resultados.