História da Raça
Os historiadores de hoje ainda não chegaram a uma conclusão quanto à origem do Dogue de Bordeaux. A história da raça se mistura com a do Buldogue e a do Bullmastiff. Até hoje, não se sabe bem quem chegou primeiro. Alguns conhecedores acreditam que o Dogue tenha sido criado na mesma época em que se estavam criando o Bullmastiff; outros acreditam que o Dogue seja mais velho que o Bullmastiff, pois existem traços do Dogue no passado do Bullmastiff; e outros acreditam que o Buldogue tenha influenciado a aparição do Dogue.
Existe uma terceira raça, o Mastim Tibetano, que pode ter originado o Dogue de Bordeaux. Historiadores acreditam que todos os Molossos europeus tenham vindo de um grande cão que vivia entre a Índia e a China há mais de 3000 anos. Junto com os comerciantes, conquistadores e guerreiros esse cão teria viajado pela Ásia até chegar na Europa.
Entretanto para confundir mais a história do Dogue de Bordeaux, arqueólogos encontraram na França ossos de cachorros pré-históricos parecidos com o do Dogue de hoje em dia. Alguns conhecedores da raça acreditam que o Dogue seja parente de um cão hoje extinto, o espanhol Alano. Outros acreditam que o Dogue seja parente de molossos greco-romanos da época de Julius Caesar. Esta hipótese faria com que o Dogue fosse primo do Mastim Napolitano.
Todas essas teorias ao redor da origem do Dogue de Bordeaux existem devido à grande variação de cores, pelagem e mordedura da raça. Como na França o clima varia muito entre as regiões, existem diferentes tipos de trabalho humano, adaptados a essa variação climática. Da mesma forma, a aparência física do cão era diferente dependendo de cada região e de cada função do cão perante o homem. Os Dogues trabalhavam como guardiões, caçadores e lutadores. Eram treinados para matar búfalo e jaguar, caçar grandes animais, pastorear gado e proteger as casas, açougues e vinhedos de seus donos. Dependendo da função do cão e de onde ele vivia, certas características eram desejadas e mantidas pelos criadores através de cruzamentos, enquanto outros eram descartadas.
Durante a Revolução Francesa, muitos exemplares da raça morreram, principalmente aqueles que viviam com os ricos. Porém, os que viviam com os pobres, prevaleceram e viraram campeões de rinha e excelentes trabalhadores. A primeira referência à raça foi em 1863 numa exibição canina no Jardim d'Acclimation em Paris. A vencedora foi uma cadela, Magentas, que recebeu o nome de Dogue de Bordeaux devido à capital de sua região de origem. Em 1883 a raça era muito diversificada. Existiam exemplares de cabeça grande, outros de pequena, uns com mordedura torquês, outros com retrognata, uns com estrutura grande, outros pequena, e a cor da cabeça variava muito. Nesta época existiam principalmente três tipos de Dogue: o de Toulouse (pelagem tigrada, corpo alongado, ossos pequenos e mordedura retrognata), o de Paris (com mordedura em tesoura) e o de Bordeaux.
Em 1895 a raça chegou na Inglaterra, e em 1896, Pierre Mengin publicou o livro, "Le Dogue de Bordeaux", com a descrição de todas as características de um verdadeiro exemplar da raça. Essa publicação foi o primeiro padrão oficial do Dogue de Bordeaux. Em 1930 a raça foi importada para o Japão para cruzar com cães da raça Tosa Inu, e na década de 60 para os Estados Unidos. O Dogue de Bordeaux também foi para a Argentina para desenvolver o Dogo Argentino. O segundo e atual padrão oficial da raça foi publicado em 1970 pelo Dr. Raymond Triquet, responsável por estudos e pela renovação da raça. Ela é atualmente reconhecida pela Federation Cinologique International, mas não pelo American Kennel Clube.