História da Raça
O Samoieda é uma raça primitiva. Três países foram importantes para a continuidade da raça: a Rússia (Sibéria), a Inglaterra e os Estados Unidos que se tornaram os principais criadores e protetores da raça.
Tribos nômades chamadas Samoyedos, que habitavam as estepes da Sibéria ártica, desde o mar Branco até o rio Ienissei criavam cães chamados Bjelkier (leia-se, bielker) que traduzido significa "cão branco que se reproduz branco". E por não permitir que seus cães cruzassem com lobos ou com os cães de outras tribos contribuíram para a fixação de um tipo único que se preservou quase sem modificações até os dias de hoje.
O papel dos cães Bjelkier na tribo, era pastorear e guardar os rebanhos de renas (caribu), puxar trenós, caçar e até mesmo aquecer as pessoas. Os cães conviviam estreitamente com os membros da tribo, que eram pessoas calmas, bondosas e sociáveis, características essas que se fixaram na raça.
A civilização ocidental conheceu o Samoieda através do oceanógrafo e explorador norueguês Fridtjof Nansen (1861-1930), que adquiriu 40 exemplares da raça, importados da Sibéria, e com eles realizou uma expedição à Groenlândia. Mas foi um cientista inglês chamado Ernest Kilburn-Scott o maior divulgador da raça no ocidente, foi Ernest quem levou o primeiro Samoieda (chamado Sabarka) para a Inglaterra, deu início à uma criação (Farnighan Kennel), estudou, estabeleceu um padrão da raça, apresentou-os em exposições,... e também foi Ernest que, em 1909, a fim de homenagear as tribos que desde os tempos primitivos os haviam criado, mudou o nome de Bjelkier para "Samoyede". O nome "Samoyede" foi aceito oficialmente pelo Kennel Clube somente em 1912, e foi alterado em 1923 para "Samoyed". Em português, Samoieda.
Já a chegada a América se deu de forma bastante interessante. A princesa Mercy d'Argentau (princesa de Montyglyon), em 1902 estava em St. Petersburg (Rússia) e se apaixonou por um "belíssimo cão branco que andava solto". O cão era Moustan, de propriedade do Grã Duque Michael, irmão do Czar Nicholas II. Relatos dizem que tendo presenciado a cena, o Grand Duque disse à princesa: "Parece que Moustan ficou encantado convosco", ao que ela teria respondido "Pagaria qualquer importância para ter um cão assim, mas sei muito bem que não está à venda". No dia seguinte, quando a princesa entrou no compartimento do comboio que a levaria de volta à Bélgica, se deparou com uma cesta enorme, enfeitada com rosas e orquídeas. Ao aproximar-se viu uma peluda cabeça branca aparecer por entre as flores. Era Moustan e em sua coleira tinha preso um cartão onde se podia ler "Moustan não está à venda. Nenhum preço poderia ser pago por ele, mas muito honrados ficaríamos os dois, se o aceitasse". Em 1904, Mercy d'Argentau emigrou para os Estados Unidos da América e levou com ela Moustan e três outros Samoiedas que tinha adquirido, passando a apresentá-los em exposições caninas americanas.
Os ingleses, tratavam o Samoieda como cão de companhia. Por isso, os Samoiedas ingleses acabaram por ser menores, com muito pêlo, mas a maior parte das vezes com pouco volume, a cabeça cônica, as orelhas menores e bem separadas... o que conhecemos hoje por "Samoieda tipo Urso". Já os americanos tinham o Samoieda por cão de trabalho, e assim desenvolveram o "Samoieda tipo Lobo" com uma estrutura mais atlética e um físico mais potente, um movimento mais harmonioso e o passo mais alargado, a pelagem na quantidade adequada às suas funções, as orelhas mais juntas, o crânio mais estreito, o focinho mais comprido e a cabeça globalmente menos cônica.