O diagnóstico da Leischimaniose Visceral Canina é feito por meio do quadro clínico apresentado pelo animal, ou seja, o veterinário analisará os histórico do animal e os diversos sintomas apresentados concomitantemente com exames laboratoriais que serão solicitados, como:
- Parasitológico - por meio de uma punção medular, dos linfonodos palpáveis, do fígado e baço, além da biópsia de pele e/ou vísceras, sendo este exame o mais confiável para a identificação do microrganismo.
- Sorológico - responsável pela verificação da presença de anticorpos, mas não necessariamente a presença da doença ativa. É feito por meio de: reação de imunofluorescência indireta (RIFI), reação de fixação do complemente (RFC), ELISA e TRALD (teste rápido anti-Leishmania donovani). Quando o teste sorológico para leishmaniose dá positivo, aponta para o diagnóstico da doença. Todavia, quando o resultado é negativo, não descarta a possibilidade da presença da enfermidade.
- Hemograma - apresenta-se normal ou com anemia normocrônica ou normocitica não regenerativa.
Tratamento
Apesar da recomendação por parte do Conselho Federal de Medicina para que se sacrifiquem os cães contaminados com a doença, a portaria interministerial que proibia o tratamento dos cães portadores de Leschimaniose Visceral canina, foi considerada nula, pelo Tribunal Federal da 3ª Região. Logo o tratamento da LVC não é proibido. O que não pode é realizá-lo com medicamentos da linha humana. A opção do tratamento de um cão com esta doença envolve alguns pontos, como a condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário. Este último deve estar consciente de que a doença é crônica e incurável (sendo possível apenas a cura dos sintomas e controle da LVC), que há a necessidade de medidas de profilaxia juntamente com o tratamento e que é dispendioso.
Os fármacos utilizados no tratamento da LVC consistem no antimoniato de meglumina (Glucantime®), estibogliconato sódico (Pentostam®), alopurinol (Ziloric®) e anfotericina B. Ressalta-se que o uso de antimoniato de n-metilglucamina restringe-se ao tratamento em seres humanos. Outro fármaco muito utilizado na Itália e em Portugal que não é permitido no Brasil é a aminosidina.
O antimoniato de meglumina é um composto antimonial pentavalente, sendo tido como o fármaco mais efetivo para o tratamento da LVC. O estibogluconato não é muito utilizado, mas tem apresentado êxitos. Como as drogas antimoniato de meglumina e estibogluconato não são encontrados rotineiramente, a anfotericina B lipossômica ou o alopurinol são os medicamentos de eleição.
As medidas de controle área da LVC em uma determinada deve levar em consideração o conhecimento da epidemiologia na região em questão. Fatores que podem influenciar na prevalência da doença devem ser considerados, como: diagnóstico tardio, imigração de casos, número de indivíduos susceptíveis, taxa de letalidade e elevação da incidência de novos casos.
A medida profilática mais eficiente até o momento é o combate ao vetor, impedindo sua multiplicação, por meio da aplicação de inseticidas nos locais onde se reproduzem (locais úmidos ricos em matéria orgânica). É importante também conhecer os hábitos alimentares desses mosquitos, que apresentam atividades crepusculares e no início da noite, evitando assim o encontro com este vetor (se possível evitar o encontro dos mosquitos com os cães também), fechando as portas e janelas das casas nesses horários.
Outras medidas como a aplicação de inseticidas nos animais e o uso de coleiras que contenham deltametrina (Escalibur®), substância que repele os insetos.
A primeira vacina licenciada para a LVC é a Leishmune®, preparada a partir da glicoproteína FML (Fricone Mannose Ligand). É recomendado para prevenção em animais soronegativos, sendo sua aplicação dividida em três doses consecutivas, por via subcutânea, com intervalo de 21 dias, com reforços anuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça aqui o seu comentário